segunda-feira, 23 de março de 2009


Cacos de Poesias

Vou catar a poesia
Em forma de sol
nascente
Esticado em pleno horizonte infinito

Será a poesia infinita?

O calor de seus raios
Acariciam os icebergs
E os desertos

A cor de seus raios
Glorificam todas as formas de vida
Do inseto ao humano

Vou sair e catar lá fora
Toda a poesia dispersa em forma
De vento, de folha e de desvão...

E reunindo todos os seus caquinhos
Montarei o mosaico enigmático
Das frases perdidas
Dos fonemas náufragos
Na saliva diária dos trovadores

Vou catar toda a poesia,
Numa rede fina e transversa
Numa esgueira perversa
Numa ribeira sem abismos...

E, com cola diária da paciência
Vou tolerar as imperfeições de nascença
Os sinais, as rugas e verrugas
Penduradas por um corpo
Por um fio,
Por um triz.

Há uma dispersão imensa lá fora...
E a poesia se frutifica
Como pólen espalhado impunemente
pelos pássaros

Ícaro sonhou até Dédalo
E derretidas suas asas,
sucumbiu diante de sua paixão ao sol...
O sol o hipnotizou...

E assim solarado
Encharcado de pó e poesia
Numa cíclica medonha
Construímos e desconstruímos...

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