quinta-feira, 25 de setembro de 2008

BLAS FÊMEA

à minha miragem

Há uma vastidão de desejos
entre os teus seios...

...que ira maior poderia haver
que o varrer dos meus dentes
no teu ventre?

E me deixar
sumir em teus abismos
Nem os braços abertos de um cristo
tanto fariam.

Iludiriam mesmo a alma
do mais crente dos homens

(não são para mim, demasiado humano)

mortal demais,
insano
indigno dos teus lençóis.

Jackson Silveira




Pegarei todos os meus sonhos
e os despacharei em envelope pardo,
destinatário incerto, sem remetente
Passarei um pincel escuro no arco-íris
que inocentemente eu desenhei,
carregado de cores...
Só para tirar o cinza de sua vida.

Amassarei de vez todas as flores
de mentirosas esperanças
e arrancarei até mesmo os falsos botões que estão por vir.
Nublarei a noite quando ela me escancarar a lua cheia,
apagarei uma a uma,
todas as estrelas que teimarem em tremeluzir.

Tingirei de negra
a manhã mais luminosa do meu santuário!
Emudecerei o canto do meu sabiá canoro
e não farei mais festa para o meu colibri.
Desfarei todas as pegadas do caminho,
onde os teus passos e os meus poderiam estar perfilados.

Encherei de colcheias e semifusas confusas
todos os fados e canções que arrancaram
lágrimas deste meu coração emocionado.
Farei em pedacinhos,pequenas e grandes
lembranças palpáveis,
sem esquecer aquelas velhas lembranças
do dia em que te ensinei algo
mesmo que tenha sido matemática...

Destroçarei também as recordações não palpáveis,
que um dia me deram provas incontestes de meu amor
E dizimarei todas as angélicas hostes que me
atrelaram a este sonho, esquecidas da minha dor.

E , se porventura em sonhos,
minha alma desvairada te buscar e,
em prantos te encontrar andando pela rua,
Abraça-me, com aquele carinho de antigamente
Porque sonhando, nossas almas não mentem
E a minha te dirá que ainda...
Te desejo.
Adeus!

Jackson Silveira

terça-feira, 23 de setembro de 2008

ARTISTA DE ILUSÕES


Quero escrever as tuas dores
Desenhar a tua solidão
Rabiscar tuas angústias
Usar as tuas lágrimas
E preencher o imenso vazio
Estampado nestas folhas frias.

Quero abrir as letras fechadas
Sufocadas em teu coração
E ouvi-las calmamente,
Quero vê-las felizes ,
Se aproximando, sorrindo, chorando...
Quero vida nascendo
Nestas confusas formas
Que ora leves, ora fortes pousam
Inconseqüentes num lugar qualquer.

Quero as tuas dores, angústias, solidão, lágrimas
Transformadas num imenso desenho vivo,
Com todos os vazios preenchidos.
E devolver-te o prazer de sorrir.

Quero ser seu artísta de ilusões
e pintar o nosso futuro.


Jackson Silveira


Poemúsica

Quero Música com palavras feitas
Tipo cantiga de ninar!
Teu sussurro ao meu ouvido a cantar
Com sinfonias de êxtase perfeitas!
Quero nosso momento pleno

Daquele único... Sem repetir

Onde a luz do sol, é o brilho a refletir

Que o nosso antídoto é o veneno!
Onde a ânsia e o fôlego se esvai...

Onde a tara é mais sentida

Tipo guerra santa, vivida e sofrida

Mas, que no final sempre se quer mais!


Jackson Silveira