segunda-feira, 23 de março de 2009


Despedida
Vim aqui nesse instante infinito de agonia para dizer adeus, dizer q seguirei sozinho, com minhas coisas, minhas crencas, minhas "idiotices", minhas neuras, meus valores aninhados no espírito e arredados numa alma sonhadora. O soluçar das lágrimas, o breve aceno de adeus, o último olhar, o último silêncio... Pontuarão reticências que um dia serão decifráveis e serão equações abstratas que explicam a dor e lirismo, mas ser apenas um, encalacrado nesse mundo, esperando o "seu tempo" para receber amor, é reles demais, é sujo demais, é inumano. Não posso. Esgotaram-se meus mares de lágrimas esgotaram-se os jardins da paciência, esgotaram-se o meu tempo, onde só você está certa e tem razão... Vim aqui, humildemente me despedir, me despir da ironia, da hipocrisia e, partir como vassalo vencido. Vim aqui, sem esperanças como vento qualquer elísio, passeante pelas frestas mundanas que me encontro, afinal foi eu quem escolheu essa vida... desgastada e sombria. Mas não se preocupe... A partida é apenas o começo de algum regresso provável, imenso e disperso de minha vida, entre palavras escritas numa manchete de jornal, mais um que se vai... Desaparecer simplesmente é poético e exilar-se da dor, da sarjeta dos sentimentos inúteis, é deixar liberdade para quem se ama seguir seu rumo sem as nossas dores, sem as nossas cobranças... Desaparecer é viajar no tapete mágico, é dizer mil palavras mágicas é alcançar o Everest num só fôlego é atingir o centro de tudo, é preencher a ausência de tudo, é a vida em contraponto da morte. Não quero choros, não quero reconhecimentos tardios, não quero flores... só quero a atenção de seu pensamento uma vez ou outra, para lembrar que mesmo com toda essa difererenças, vivemos momentos felizes... Vai, segue adiante, tens a vida e um mundo a desbravar. Não se perca no meu mundo, não fique mais velha, não perca mais seu tempo, não se estrague por mim. Vai... segue... Tu tens que encontrar a sua felicidade! Sentir, pensar... Pensar e sentir... Pensei... E decidi... Sentir e partir... Para não ter que olhar para atrás. Vou mergulhar nesse interior e me fechar hermeticamente para então viver em paz, aberto para o céu, presente nas folhas do outono, no pólen das flores banidas, nas montanhas e nas despedidas sem fim. Vou partir para nunca mais voltar... É meu fim. E pelo amor que tivemos... Quando der... Pensa em mim. Jackson Cabballero

Cacos de Poesias

Vou catar a poesia
Em forma de sol
nascente
Esticado em pleno horizonte infinito

Será a poesia infinita?

O calor de seus raios
Acariciam os icebergs
E os desertos

A cor de seus raios
Glorificam todas as formas de vida
Do inseto ao humano

Vou sair e catar lá fora
Toda a poesia dispersa em forma
De vento, de folha e de desvão...

E reunindo todos os seus caquinhos
Montarei o mosaico enigmático
Das frases perdidas
Dos fonemas náufragos
Na saliva diária dos trovadores

Vou catar toda a poesia,
Numa rede fina e transversa
Numa esgueira perversa
Numa ribeira sem abismos...

E, com cola diária da paciência
Vou tolerar as imperfeições de nascença
Os sinais, as rugas e verrugas
Penduradas por um corpo
Por um fio,
Por um triz.

Há uma dispersão imensa lá fora...
E a poesia se frutifica
Como pólen espalhado impunemente
pelos pássaros

Ícaro sonhou até Dédalo
E derretidas suas asas,
sucumbiu diante de sua paixão ao sol...
O sol o hipnotizou...

E assim solarado
Encharcado de pó e poesia
Numa cíclica medonha
Construímos e desconstruímos...

sábado, 31 de janeiro de 2009

Com um poema te digo ADEUS


Com palavras te digo adeus, meu Amor...

Deixo os sentimentos escondidos,

Deixo os sorrisos guardados,

Sinto todos os sonhos perdidos.

Adeus, Amor... Valeu a pena!

Adeus, porque tudo teve um fim.

Um dia o mar secou e eu

Cansei-me de esperar o teu 'sim'.

Vou embora. Para longe de ti.

Longe do mundo que me fizeste conhecer.

Outras conquistas árduas me esperam...

Ainda tenho muito para crescer...

Se um dia, num longínquo futuro

A minha vida, com a tua, se cruzar

Olhemo-nos em silêncio e pensemos

Se vale a pena voltar a amar.

Voo... As minhas asas levam-me

Rumo ao infinito, à liberdade...

Não me vou agarrar ao passado,

Porque isso só me trará saudade.

Adeus...


Jackson Silveira

O preço das Escolhas


Sabia que isso aconteceria
Fiquei por tempos imaginando como seria
Nossa reação, palavras, ação...
Imaginei cenas, escrevi poemas...

Eu fugi desse momento.
Briguei com o tempo
deletei e-mail, mudei telefone, endereço...
paguei o preço...

Por vezes pensei que tinha esquecido
E com isso,
Lembrava novamente... enfim...
Dias longos... como sofri....

Hoje, o destino quis fazer a prova
E frente a frente, agora
Não tive como fugir...
Nem mesmo sabia como agir...

Você me olhou
com o mesmo olhar de antigamente
E veio em nossas mentes, eu sei...
Tudo... tudo que vivemos....

Por um momento
Esqueci o sofrimento
Mas continuei em silêncio...
Você então toma a iniciativa e diz:

-Continua lindo ...lindo....
Me diga, porque fizemos isso?
Eu morri a cada dia,
Mas Deus não quis me levar...
Fala algo, por favor...
Meu amor...
Eu nunca deixei de te amar....

Eu ouvi tudo...
E pensei em tantas respostas...
Mas virei as costas..
E comecei a andar...

Você ainda começou a me seguir
E dizia como louca:
-Eu sei que você me ama
E o amor não morre jamais!

Foi então que eu parei
me virei e novamente te olhei...firmemente...
A voz saiu fraca... como embargada
Mas logo se firmou...

- Alguém que me amou, eu disse
Um dia decidiu voar para bem longe
Optando por sua própria vida...
E não satisfeita,
Arrancou o coração do meu peito...

E você tem razão realmente
Pois o amor é eterno, eu sei...
Mas minha amada eu enterrei
E não a verei jamais....

Hoje... Anos se passaram...

Jackson Silveira

Quintaneando


Hoje Quintaneei...
Na simples simplicidade de escrever ...
Da vontade de viver dia a dia
De não dar nomes aos rios
de amar baixinho... deixando em paz os passarinhos...

Sem alardear em vozes expostas
Não me importanto mais com as respostas
E sim, com as perguntas certas...corretas
Aparando as arestas
Sabendo que esses que atravessam meu caminho
passarão.... e eu....
eu sobrevoarei a isso...sorrindo....

Vestindo a nudez da vida
Apenas com meus desejos...
Tendo do beijo, o principal gosto.
Cerrando desgostos...

Pois poemas com rimas de martírio
São como trens em descarrilhos...
Lembrados pela morte ou pela sorte
dos felizes sobreviventes
e nunca pela beleza da paisagem
do trem, da viagem.... contentes...

Hoje Quintaneei
e do Amor me lembrei...
Fechei então meus olhos e minha boca
e nas horas poucas
bebi minhas lágrimas
e não falei sequer uma palavra ...

Te dediquei esse momento
sorrindo, falei ao tempo:
O amor mora aqui dentro... dentro de mim...
Em meu peito...

Assim, num riso de criança,
"E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas…"

Bem devagarinho meu amor...devagarinho....
Deguste junto a mim o sabor do carinho.
Se morrer, só de amor...
E pelo amor, VIVER... eternamente!

Jackson Silveira